Desvios na coluna na infância e na adolescência são comuns e precisam de tratamento
Os desvios na coluna na infância e na adolescência são bastante prevalentes. Entre eles estão a escoliose, a lordose e a cifose. Há também os desvios mais acentuados, que são a hipercifose e a hiperlordose.
Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em Saúde Postural e Dores Crônicas, a infância e a adolescência são fases cruciais para o desenvolvimento do sistema musculoesquelético.
“Esse é um período em que é preciso adotar muitos cuidados com a postura e hábitos, para prevenir o desenvolvimento dos desvios na coluna. Em geral, as causas estão associadas a hábitos do dia a dia, como má postura durante o período escolar, mochilas muito pesadas e carregadas de forma inadequada, bem como excesso de tempo em frente às telas em posições inadequadas”, explica a especialista.
Outros fatores que podem contribuir para problemas na coluna são o sedentarismo e a obesidade.
Desvios na coluna mais comuns na infância e adolescência
A hipercifose é um dos problemas posturais mais comuns, principalmente em adolescentes. “Trata-se do desvio da região torácica, que quase sempre está ligada a fatores como uso excessivo do celular e de computadores, com o tronco projetado para frente. Essas posições também podem causar a chamada “corcunda de pescoço”, uma condição cada vez mais comum entre o público infantojuvenil”, diz Walkíria.
Já a hiperlordose, que afeta a região lombar da coluna, deixa o abdômen mais saliente e os glúteos mais destacados, como se o bumbum estivesse “empinado”. “Há uma curvatura excessiva da coluna para dentro do corpo. Quando o paciente fica de lado, a condição fica bastante evidente. Outro sinal clássico é que quando colocamos o paciente deitado com o abdômen para cima, ele não consegue encostar a região lombar no chão”, aponta a fisioterapeuta.
“Por fim, temos a escoliose que se caracteriza por um formato em C ou em S na coluna. A escoliose leva a coluna a se movimentar para os lados. Na maior parte dos casos, o diagnóstico ocorre no final da infância e início da adolescência. Um ponto interessante sobre a escoliose é que, na maioria dos casos, não é possível estabelecer a causa. Mas, há um forte componente hereditário envolvido nesse desvio da coluna”, cita Walkíria.
Por outro lado, a escoliose também pode ser resultado da má postura, sedentarismo, obesidade e assimetrias corporais, ou seja, pequenas diferenças entre os lados do corpo. Entre elas podemos citar uma perna mais curta que a outra, um ombro mais elevado que o outro ou ainda um lado do tronco mais rotacionado.
Sinais e sintomas dos desvios na coluna
As manifestações dos desvios posturais na infância e na adolescência dependem do local afetado. Na hiperlordose, o paciente pode sentir dor no fundo das costas, bem como redução da mobilidade e encurtamentos musculares, que podem dificultar certos movimentos. A hipercifose pode causar dores no pescoço, na região torácica e nos ombros.
Por fim, a escoliose também costuma causar dor nas costas e nas pernas, bem como dificuldade em permanecer muito tempo em pé.
Desvios na coluna também estão associados aos estirões do crescimento
Os estirões do crescimento são as fases em que há um crescimento muito rápido dos ossos e dos músculos. Normalmente, eles acontecem quando a criança entra na puberdade e pode durar, em média, de 3 a 4 anos. Nas meninas, o estirão do crescimento pode ocorrer mais cedo, por volta dos 11 anos.
“O estirão do crescimento pode causar dores na coluna, porque os músculos não conseguem acompanhar o crescimento dos ossos. Sendo assim, algumas crianças podem sentir dores em certas posições e acabam adotando posturas mais “confortáveis”, para amenizar os sintomas. Isso pode acarretar desvios na coluna”, adiciona Walkíria.
Tratamento dos desvios na coluna na infância e adolescência é crucial
O tratamento dos problemas posturais e dos desvios na coluna, que atingem o público infantojuvenil, pode envolver vários recursos da fisioterapia.
“Antes de iniciar o tratamento, precisamos avaliar o paciente de forma minuciosa, para entender as causas do desvio. Com isso, podemos elaborar um plano terapêutico para corrigir os desvios da coluna. Em geral, usamos a RPG (Reeducação Postural Global), o alongamento das cadeias musculares, bem como Pilates e treinos de força específicos”, diz Walkíria.
“Outro aspecto importante é que crianças e adolescentes não têm referência do que é uma postura correta ou incorreta. Dessa forma, existe a necessidade de uma educação postural, por meio de um trabalho de aumento da consciência corporal. Também precisamos corrigir possíveis assimetrias corporais, pisadas e alterações nos joelhos”, reforça a especialista.
“Finalmente, precisamos levar em conta que manter a postura não é algo fácil, nem mesmo para os adultos. Sendo assim, o ideal é que após o tratamento fisioterapêutico, o paciente busque atividades esportivas que contribuam para uma boa postura e que possa prevenir novos desvios na coluna”, adiciona Walkíria.
“O Pilates Kids, por exemplo, é excelente para essa finalidade e pode ser feito por crianças a partir dos 6 anos de idade. O método atua no fortalecimento muscular, na melhora da postura, do equilíbrio, da coordenação motora, bem como aumenta a consciência corporal de forma mais permanente”, finaliza a fisioterapeuta.
Vale lembrar que alguns casos de escoliose podem exigir o uso de órteses (coletes) e, nos casos mais severos, pode ser preciso corrigir o desvio cirurgicamente.
Mudança de hábitos deve fazer parte do tratamento
Sem dúvidas, além da fisioterapia, é imprescindível mudar alguns hábitos para prevenir os problemas posturais. Veja algumas dicas:
Mochilas escolares: O peso da mochila, quando carregada nas costas, não deve ultrapassar 10% do peso da criança. O modo correto para carregá-la é com as duas alças encaixadas nos ombros. Se possível, dê preferência para as malas de rodinha.
Uso das telas: Durante o uso das telas, é preciso evitar jogar o pescoço e o tronco para frente. A tela deve ficar na altura dos olhos e os braços precisam de algum tipo de apoio, como laterais de sofás, poltronas ou cadeiras.
Atividade física: Os pais devem prestar atenção ao sedentarismo. Ou seja, o ideal é incentivar a criança e o adolescente a praticar esportes, brincar com os amigos do prédio/vizinhança, passear com o cachorro. Enfim, todo movimento conta para a saúde osteomuscular.
Obesidade: A obesidade e o sobrepeso são fatores de risco para uma série de problemas de saúde. Portanto, a recomendação é procurar tratamento médico para essas condições, o que vai contribuir para a saúde musculoesquelética, prevenindo desvios na coluna e outras doenças.
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Matéria produzida pela jornalista
Leda Maria Sangiorgio
MTB 30.714
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