Quem tem dor crônica pode fazer Pilates?
Quem tem dor crônica pode fazer Pilates! Aliás, o método é altamente indicado para casos em que o paciente apresenta doenças musculoesqueléticas de caráter crônico. Entre os benefícios estão a redução da dor ou maior tolerância a dor, melhora da mobilidade, da amplitude de movimento e da qualidade de vida em geral.
Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em Dor Crônica e Saúde Postural, quem sofre de dor crônica costuma desenvolver a cinesiofobia, o medo de sentir dor. “A pessoa passa a evitar movimentos e posturas que, de acordo com a sua percepção, podem agravar o quadro doloroso. Para se proteger, estes pacientes acabam passando mais tempo deitados ou sentados. A maioria, inclusive, considera que esportes e atividades físicas são contraindicados”.
Mas ao contrário desta crença, a atividade física pode ser recurso adicional no tratamento da dor crônica. O Pilates, por exemplo, traz uma série de benefícios para quem padece de quadros dolorosos crônicos. De acordo com um estudo publicado no periódico Clinical Rehabilitation, o método é eficaz para controlar a dor, melhorar a incapacidade física e para diminuir a cinesiofobia.
Falta de movimento piora a dor
O corpo humano não foi feito para ficar parado. Pelo contrário, a inatividade física agrava a dor. A falta de movimento causa encurtamentos e contrações musculares, deixa as articulações mais rígidas e diminui a flexibilidade. “O resultado é o agravamento da dor. Isto é o que chamamos de ciclo vicioso da dor: o paciente sente dor e não se movimenta e a falta de movimento piora a dor”, aponta Walkíria.
Mas é importante ressaltar quando o paciente está em um momento crítico de dor, o exercício pode não ser benéfico. “O ideal é usar outros recursos, como a fisioterapia e medicamentos, para melhorar o quadro doloroso. A partir da melhora, podemos introduzir os exercícios. Um dos aspectos positivos do Pilates é a possibilidade de individualizar os movimentos, respeitando as limitações físicas de cada paciente”, comenta a especialista.
Benefícios do Pilates para dores crônicas
O Pilates trabalha vários grupos musculares. Porém, os movimentos se concentram no fortalecimento dos músculos que sustentam e dão estabilidade para a coluna, chamados de CORE ou powerhouse. O método também aumenta a flexibilidade e a amplitude de movimento.
Outro benefício do Pilates é o relaxamento muscular, induzido pela respiração profunda. A liberação da tensão nos músculos ajuda bastante a aliviar a dor. “A melhora da postura é outro efeito positivo do Pilates. Quem sofre de dores crônicas pode adotar posições inadequadas para aliviar a dor. Isto pode virar um vício postural e neste sentido o Pilates ajuda bastante”, comenta Walkíria.
Dor crônica e depressão
Estima-se que de 22 a 78% das pessoas com dores crônicas podem desenvolver um transtorno depressivo ou ansioso. Neste sentindo, muitos estudos apontaram que o Pilates também atua na melhora de sintomas da depressão, alivia o estresse e reduz a ansiedade.
“Tanto o Pilates como outras atividades físicas liberam a endorfina. Este neurotransmissor é produzido pelo sistema nervoso central e é liberado em reposta a estímulos como os exercícios. A endorfina tem efeito direto na redução da dor e do estresse. Além disto, promove a sensação de bem-estar, regula o humor e melhora o sono”, adiciona Walkíria.
Vem pro Pilates
A mensagem final é: quem sofre com dores crônicas precisa adotar uma série de autocuidados, sendo um deles realizar uma atividade física. O Pilates é uma ótima escolha, desde que bem orientado e individualizado, de acordo com o perfil e necessidades de cada paciente”, finaliza Walkíria.
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