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Pisada errada pode afetar joelhos, quadris e coluna



Os pés absorvem todo o peso do corpo quando caminhamos. Além disso, há diferentes formatos de pé, bem como de pisadas. Alterações na pisada, bem como pés cavo e plano, podem causar dores, lesões e alterações musculoesqueléticas importantes.


Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em RPG e Pilates, muitas doenças musculoesqueléticas têm relação com o formato do pé, bem como com o tipo de pisada.


“Um exemplo é a condromalácia patelar, cujo principal sintoma é a dor nos joelhos. Nesses casos, se há alteração na pisada, é preciso corrigi-la. Caso contrário, após o término da fisioterapia, a dor irá voltar”.


Para entender melhor como o pé pode influenciar as outras partes do corpo e causar dores e lesões, vamos conhecer os tipos de pé.



Quais são os tipos de pé?


Pé normal É o tipo mais comum. O peso do corpo é distribuído por igual, sem causar danos ou lesões.

Pé cavo: É aquele que apresenta um aumento da curvatura do arco interno do pé (arco plantar). Nesses casos, há uma menor área de contato do pé com o chão. Com isso, a pessoa tem menos apoio e mais instabilidade durante a pisada. A planta do pé quase não toca no chão, o arco é bem alto.


“Quem tem o pé cavo, corre um risco maior de sofrer lesões, como entorses e ruptura ligamentar. Outro traço do pé cavo é que as articulações são mais rígidas e, com isso, há menos mobilidade. O resultado é a redução do amortecimento da pisada durante o apoio no chão”, explica Walkíria.


A rigidez também pode levar à fascite plantar. Quando não tratada, essa por sua vez pode evoluir para calcificações no osso do calcanhar, condição conhecida como esporão de calcâneo.


Pé plano: Possui um formato mais reto, conhecido como “pé chato”. Esse formato faz contato total com o solo, porque o arco plantar não existe. Essa característica leva a ao estiramento e à compressão da fáscia plantar. Como consequência, pode haver dor e inflamação.


“Quem tem o pé plano pode sentir dores após fazer caminhadas mais longas, por exemplo. O pé plano, geralmente, se desenvolve na infância. A dor pode ser mais intensa no início ou no final do dia. A sensação é de queimação”, aponta Walkíria.


Como você pisa?


Na correria diária, quase ninguém presta muita atenção na pisada. Porém, o tipo de pisada tem influência direta no sistema musculoesquelético. Há dois tipos de pisadas consideradas anormais, a pronada e supinada.


Walkíria explica que a pisada pronada é aquela em que ao pisar, ocorre maior pressão na parte interna do pé. “É possível descobrir ao analisar os calçados, principalmente o tênis, que fica mais desgastado na parte lateral interna”.


“Como há redução da estabilidade da propulsão do pé, a pessoa precisa colocar mais força para andar ou para realizar uma atividade física. Essa pisada atinge pessoas que têm diminuição da flexibilidade dos músculos da panturrilha, bem como quem tem o pé plano”, diz a fisioterapeuta.


A pisada supinada é aquela em que a pressão maior é na parte externa do pé. “Nesses casos, o desgaste do calçado é mais evidente na lateral externa, a parte de fora. É menos comum e atinge mais quem tem o pé cavo. Pessoas com essa pisada correm mais risco de lesões, como entorse do tornozelo”, relata Walkíria.





Joelho, quadril e tornozelo


Quando há alteração na pisada, o risco de ter problemas nos joelhos, quadril e tornozelos é muito maior.


“A pisada pronada altera a biomecânica dos joelhos. Isso porque quando o pé é projetado para dentro, muda o centro de gravidade. A musculatura interna das pernas é mais enfraquecida. Com isso, há maior chance de ocorres desvios na patela e instabilidades nos tornozelos. O joelho pode se desviar para dentro”, conta Walkíria.


Entre os problemas de quem tem a pisada pronada estão o esporão de calcâneo, dores nos tornozelos, fascite plantar, dores na lombar e nos quadris.


“Já a pisada supinada pode causar lesões constantes nos tornozelos, nos músculos abaixo do joelho, retração da fáscia plantar, calos nos pés, tendinite na tíbia e problemas no quadril.


Correção da pisada


Antes de corrigir a pisada, caso a pessoa tenha o pé plano ou cavo, é preciso avaliar a necessidade de usa uma palmilha estabilizadora para equilibrar a pressão na fáscia plantar. “Em casos mais graves, pode ser necessário até mesmo uma cirurgia para corrigir o arco plantar”.


Além das palmilhas, a Reeducação Postural Global (RPG) e outras técnicas da fisioterapia podem ser usadas para melhorar a postura e corrigir a pisada. “É muito importante também um trabalho de fortalecimento e alongamento dos músculos dos membros inferiores, coluna e quadris”, conclui Walkíria.




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